terça-feira, abril 26, 2005

O Comendador domina a etimologia...

A crónica seguinte é mais uma Carta Aberta do Comendador (Revista Única do Expresso), desta vez a Pinto da Costa. Toda ela anda à volta da etimologia. Em baixo está grande parte dessa crónica
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É pena, no entanto - mas atribuiria isso às manifestas deficiências do nosso sistema de ensino -, que não tenha o mesmo alcance, o mesmo fulgor e, diria mesmo, igual génio no que toca à Língua Portuguesa, mormente no que respeito diz à etimologia (do grego etymología), ou seja, a origem das palavras, ou o estudo da verdade ou do que está certo, já que a ideia de verdade ou certitude está presente em etymo, ao passo que logía não significa outra coisa senão estudo.
(...)
E, numa tentativa de caracterizar tais ofertas do senhor Pinto da Costa, escreveu que elas não seriam - e cito - por filantropia.
Ora, é aqui que reside o busílis (...). É que eu estou em crer que o senhor Pinto da Costa o faz porque é, justamente, um filantropo.
Se Vexa atentar na palavra filantropo verificará que ela advém do grego philos, com o significado de amigo (como em filosofia, amigo da sabedoria) a que se adiciona o vocábulo, também grego, ánthropos, que exprime a ideia de homem, ou de ser humano. Ora, é por Pinto da Costa ser amigo dos homens (daqueles, em particular) que lhes fornece as ditas cujas. Se ele fosse amigo do futebol ofereceria chuteiras e bolas homologadas pela UEFA (repare que homólogo vem do grego homos, idêntico, e logos, que significa símbolo, ou razão, ou palavra, portanto bolas com razões idênticas, mas já me estou a afastar bastante do tema).
É, pois, com humildade, mas chamando-lhe a atenção para o estudo da verdade, quer dizer, a etimologia, que a todos os magistrados deveria interessar, que lhe deixo o reparo sobre a filantropia do senhor Pinto da Costa. Pouca gente será, se nos socorrermos do étimo, tão filantropo. Pouca gente forneceria raparigas aos seus amigos. E, caso seja ele também amigo daquele tipo de mulheres duvidosas poderemos considerá-lo um filo... Enfim, Vexa saberá.
Desejo-lhe as maiores felicidades e espero que o processo não fique ad calendas graecas ( expressão irónica, os gregos não tinham calendas); eis o que lhe deseja o comendador (do latim commendatore, aquele que recomenda).

quarta-feira, abril 13, 2005

Da palestra sobre a tradução

A palestra a que assisitimos hoje na segunda parte da aula de LCL1, "Translation as a Field of Study", de Rosemary MacKenzie (University of Turku, Finland), pareceu-me muito interessante.
Fixei esta espécie de princípio de tradução, também aplicável às nossas traduções de latim:
Uma tradução deve ser tão literal quanto possível e tão livre quanto necessário.

Quem assisitiu pode deixar as suas impressões.

Ser pequeno, em latim

O texto que se segue foi retirado da revista Única (secção Cartas Abertas), do Expresso desta semana.

(...)
- Ó meu filho, ele é pequeno
Mas nunca o foi em Latim!
Carece de explicação, para os menos conhecedores de latim, este último verso. Na verdade, em latim, pequeno escrevia-se parvus, pelo que o referido líder era um homem de baixa estatura, ou seja, em Latim um parvus. Porém, aos poucos, a palavra foi ganhando uma conotação diferente, a actual. E daí que nestas trovas se conclua que o tal chefe, sendo pequeno, não era parvo.
(...)

sexta-feira, abril 08, 2005

Latin Index

FEDRO

Fedro (Júlio), "fabulista latino,liberto de Augusto, mais tarde exilado por Sejano. Os seus apólogos (foi o introdutor do género da fábula na literatura latina) são sátiras bastante mordazes, que visam os homens e os abusos do tempo. O estilo é correcto,elegante,talvez um pouco abstracto (30 a. C.-44 dep. de C.). A colecção das suas fábulas só foi descoberta e publicada em 1596". (Lello Universal)

quinta-feira, abril 07, 2005

Fedro e as Fábulas

O que é uma Fábula?
É uma breve narração, de natureza simbólica, cujos personagens geralmente são animais que pensam, agem e sentem como os seres humanos. Esta narrativa tem por objetivo transmitir uma lição de moral.
A Fábula segundo os fabulistas:
Theon (séc. I d.C.) -“Fábula é um discurso mentiroso que retrata uma verdade.”
Fedro (séc. I d.C.) - “A fábula tem dupla finalidade entreter e aconselhar.”
La Fontaine (séc. XVII) - “A fábula é uma pequena narrativa que, sob o véu da ficção, guarda uma moralidade”.
O nascimento da fábula coincide com o aparecimento da linguagem. Antes de ser considerada um género passou dispersa na boca do povo.
Fedro foi o introdutor do género fábula na literatura romana, sendo-lhe atribuido o mérito de ter desenvolvido e estabelecido esta forma literária. Fedro recontou as fábulas de Esopo em forma de poesia. Suas histórias mostram, através de sátiras amargas a sua revolta contra as injustiças e o crime.
Para quem quiser começar já a praticar a tradução, poderá aceder aqui a algumas fábulas. Bem sei que cum fortuna reflauit, affligimur (Cicero) por isso desejo-vos boa sorte!!

quarta-feira, abril 06, 2005

Citius, Altius, Fortius

Como hoje falámos neste lema na aula de LCL1, deixo aqui um ligação para um site com uma visão... diferente dos Jogos Olímpicos.

Bom fim-de-semana!